Arlindo Cruz lança DVD, é chamado de ‘Globelezo’ na rua e defende Eduardo Paes

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Por Victor Corrêa.

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Arlindo Cruz costuma brincar que nasceu em Piedade, mas que seu coração está mesmo em Madureira. A impressão que o povo carioca tem, no entanto, é que ele está em todos os lugares ao mesmo tempo.

Conhecido como o sambista queridinho da Globo, o cantor e compositor já está se preparando para gravar — pelo sexto ano seguido — a vinheta ‘Samba da Globalização’. Também está lançando o DVD ‘Batuques do Meu Lugar’, em homenagem ao bairro de Madureira, tem um supershow marcado para a próxima quinta-feira, na quadra do Império Serrano e — ufa! — ajudou a reeleger o prefeito Eduardo Paes.

“Essa coisa de o samba ser popular ajudou o Paes a conquistar o eleitorado, sim. Foi bom para ele e para o povo do samba. O Paes tem essa visão de melhorar os bairros abandonados do subúrbio”, opina. Para Arlindo, o prefeito demonstrou parceria com o povo ao comemorar a vitória no Parque Madureira. “Se foi populista? Pode até ser. Mas para o eleitor isso demonstra humildade”, defende.

Agora, e se o prefeito decepcionar, isso não pode respingar no garoto-propaganda Arlindo? “Acredito que a própria votação que ele teve faz com que se policie. São muitos cariocas que está representando, não acho que vá pisar na bola”.

O sambista número 1 do Império Serrano tem facilidade em transitar por diversos meios e, apesar de ter suas raízes na Zona Norte, coleciona admiradores além do Túnel Rebouças. “Me lembro de um personagem do Jô Soares, chamado Rochinha, em ‘Viva o Gordo’, que fazia muito sucesso com as mulheres. Quando perguntavam qual era o segredo, ele dizia: ‘É meu jeitinho’. Acho que o meu jeito agrada ao público. Como compositor, observo muito o comportamento das pessoas e sei o que elas querem ouvir”, arrisca.

Cantor embala campanha de Paes | Foto: Alexandre Brum / Agência O Dia

O ‘título’ de queridinho da Globo não o incomoda. Ele até torce para que o seu ‘Samba da Globalização’ se consolide na grade da emissora, assim como aconteceu com a vinheta da Globeleza, que está no ar há mais de 20 anos. “Já estamos indo para o sexto ano. Tem gente que até me chama na rua: ‘Olha o Globelezo aí, gente!’. Não sou tão gostosa assim!”, respondo, às gargalhadas.

Já a Globeleza de Arlindo não é aquela que samba nas vinhetas da Globo. Ele se casou com Babi há cinco meses, após 26 anos de noivado. “Ela está mais compreensiva e carinhosa. Acho que faltava o anel para o namoro ficar perfeito”.

Sambando sem parar

Na próxima quinta-feira, véspera de feriado, Arlindo Cruz vai levar sua música ao lugar onde iniciou a carreira de sambista. Ele vai lançar o DVD ‘Batuques do Meu Lugar’ na quadra do Império Serrano, em Madureira. “O Arlindo Domingos da Cruz Filho nasceu em Piedade, mas o artista Arlindo Cruz nasceu e foi criado em Madureira, que é uma espécie de capital do subúrbio. Foi lá que eu aprendi a ter malandragem, conheci a ginga do samba e do improviso”, lembra.

A quadra de sua escola do coração era a primeira opção para a gravação do DVD, o que acabou não acontecendo porque o local estava em obras. “Será a oportunidade de o povão assistir ao show do DVD. Foi proposital o lançamento acontecer no Império”, explica.

Além do novo DVD, Arlindo também está envolvido com mais dois projetos. É dele (e também de Arlindo Neto e Rogê) a autoria do hino das Olímpíadas de 2016, ‘Os Deuses do Olimpo Visitam o Rio de Janeiro’. “Ao compor a canção, tive a ideia de contar a história de turistas que visitam o Rio e ficam fascinados com a beleza da cidade. Apesar dos problemas, as pessoas se encantam pelo Rio do jeito que ele é”, opina.

É dele também a música-tema do mascote da Copa do Mundo de 2014, o tatu-bola, que será batizado como Amijubi, Fuleco ou Zuzeco, de acordo com a votação do público no site da Fifa.

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